eu sei que a culpa é minha
mas ontem, durante o discurso de apresentação do manifesto (porque é que a esquerda gosta tanto dos vocáculos que tomam início com a porção "manif"?) de Mário Soares para a campanha presidencial, dei por mim num sono brando apenas interrompido pelo êxtase do protegido soarista António José Teixeira.
Eu sei que a culpa é minha - que é do cansaço que me aflige a vigilia e do trânsito lento que me compromete a acuidade - mas ontem, durante o discurso de Mario Soares, dei por mim a pensar em tudo menos naquilo que ouvia - que se afastava progressivamente numa ladaínha que me embalava o raciocínio dealbulante por outras paragens.
Eu sei que a culpa é minha, mas o discurso de Mário Soares quedou-se, aos meus ouvidos, em coisa nenhuma.