quarta-feira, abril 06, 2005

o gigante vacila

Segundo o Diário Económico, o braço feroz dos genéricos ameaça atingir a Pfizer - nº1 mundial na Indústria Farmacêutica - que até este ano vinha a somar um crescimento económico ímpar para o sector.

Há nesta notícia um aspecto muito relevante a ter em conta. Para a sustentabilidade económica das empresas inovadoras e sobretudo para fazer face ao impacto concorrencial que os medicamentos genéricos começam a impôr, torna-se decisivo equacionar soluções paralelas de diminuição das despesas para garantir o devido equilibrio relativamente à perda de receitas. Espero que este equilíbrio não passe nunca pelo congelamento da investigação, sob pena de condenarmos a I&D a retoques cosméticos de formulações e apresentações, comprometendo gravemente o progresso médico.

Há que haver razoabilidade em todas as medidas políticas. Importa decisivamente, claro, apoiar politicamente o crescimento do mercado dos medicamentos genéricos - porque é neste caso da sustentabilidade do próprio Estado que se fala. Mas importa igualmente salvaguardar que as empresas inovadoras mantém o seu espaço de manobra para estabelecerem investimentos na investigação e progessos farmacêuticos.