sexta-feira, julho 29, 2005

porque razão Portugal permanecerá no r/c do edifíco europeu

Um fim-de-semana no Norte, uma vontade inadiável de me estrear nesse badalado lar da música, que me fez acreditar que finalmente teriamos em território luso um espaço inteiramente [a tempo inteiro] dedicado à nobre arte que me contenta o aparelho concertado do martelo, bigorna e estribo.

Quanto maior a subida maior a queda, como maior é o fruste quando se sobreleva a ilusão: acho em programação de música clássica tão só dois concertos de espaço menor que a unidade horária, protagonizados pela Orquestra de Jovens da União Europeia; meritório, de facto, mas terrivelmente insuficiente. Abatido mas não vencido procuro o que me reserva a agenda de jazz - não existem eventos este mês. Como pode?, todo este mês?! Numa derradeira tentativa, num último gole de ar pelo fim-de-semana musical que tinha ensejado, procuro em "Todos" um qualquer concerto que me anime mais que jovens músicos europeus: nada, rigorosamente mais nada.

Quem lida com leis de mercado (que não são mais que a lógica razão do comportamento do consumo humano e onde tudo na vida, mais ou menos directamente, toma assento) sabe que a procura e a oferta são indissociáveis. Não havendo oferta não poderá nunca alimentar-se a procura. Mesmo em cultura. E é por essa razão que Portugal permanecerá no r/c do edifíco europeu - em tudo.

5 Comments:

At 12:36 da tarde, Anonymous Anónimo said...

permanecemos no r/c n pelas lei da oferta e da procura, m porque o terror no risco de oferecer se sobrepõe à capacidade de receber.

 
At 2:33 da manhã, Anonymous Anónimo said...

sabe, creio que enquanto o epíteto de "brandos costumes" se considerar um aspecto positivo, tudo será tristemente assim: brando, mole, triste...a mania da saudade... continuamos à espera do D. Sebastião... e veja-se o fenómeno euro milhões... até eu joguei. Acreditamos em quê se não acreditamos em nós?

bjs

 
At 3:03 da tarde, Anonymous Anónimo said...

É incrivel que depois de todo o investimento e de anos sucessivos de derrapagens e atrasos, não haja um esforço mínimo para rentabilizar o espaço, tanto a nível cultural como económico. Mais palavras para quê, já tudo aqui foi dito....

Mesmo assim, e por se tratar da primeira vez, aqui fica um abraço amigo do Rui Fernandes

 
At 3:08 da tarde, Blogger Nuno Furtado said...

Obrigado Rui. Gosto de te ver por aqui.

Abraço amigo.

 
At 9:36 da manhã, Anonymous Anónimo said...

rés-do-chão não! essa é a posição mais visível! que tal na cave? ou no sótão: sempre o pior lugar do prédio (com muito calor e muito frio) mas com óptimas vistas? :-))

 

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