quinta-feira, junho 16, 2005

insolubilidade social

O maior malefício dos episódios criminais balneares recentes é aquilo que os sustenta. E não vale a pena cair no erro fácil de nos acharmos capazes de combater este problema (apenas) com repressão. Porque estas foram somente as manifestações mais evidentes de uma questão que se torna progressivamente mais complexa.

É pois urgente discutir planos de intervenção efectiva no âmbito da criminalidade metropolitana, fundamentalmente através de programas devidamente articulados que passem necessariamente por um requacionamento urbano (com requalificação incontornável das zonas degradadas), policial (corrigindo a subafectação de meios de que padecem as policias das áreas metropolitanas), político (afirmando sem complexos uma correcta política de imigração) e social (considerando o processo de integração como a pedra de toque de toda esta questão).

Este é um problema que se adensa desde o 25 de Abril e cuja resolução se configura hoje inadiável - sem complexos de esquerda, falsos moralismos ou, em oposição, reacções repressoras de tendência iminentemente retaliante. Não é mais possível manter uma lógica de intervenção paleativa de um problema cujos sintomas ultrapassam já o limiar mais optimista da sua eficácia terapêutica - é necessário procurar assumidamente a cura.

Porque nos precipitamos dramaticamente para uma insolubilidade social.

1 Comments:

At 10:13 da manhã, Blogger LCV said...

Nuno,
Concordo consigo.
Digo mais, esta importação de modelos criminais brasileiros só poderia ser verdadeiramente equilibrada com a importação de outras modas balneares de Vera Cruz. Refiro-me, obviamente (ai os advérbios...)à idolatração da bundinha.

 

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