desproporcionalidade indirecta
É certo o assumido fraco gosto dos cartoons de Maomé publicados em diversos jornais europeus esta semana. É certo que os muçulmanos, em especial os radicais muçulmanos, têm um conceito muitos especial sobre a reprodução de imagens do seu profeta. É certo que haveria muitos outros assuntos a caricaturar, manifestamente com superior lucro cómico.
Mas a reacção muçulmana na Síria, Irão e países afins tem sido profundamente desproporcionada, sobretudo porquanto as imagens primogénitas haviam sido publicadas em Setembro de 2005.
Não haja dúvida que a celeuma agora gerada é fruto de um oportunismo político dos governos destes países, que querem aproveitar uma parca semente deitada à terra por um infeliz exercício ocidental de liberdade de expressão para gerar um novo episódio desta guerra civilizacional, pretendendo benefícios justificativos para as suas previsíveis acções mais radicais - na questão iraniana da produção de energia nuclear e na questão israelo-palestiniana.
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