quinta-feira, julho 07, 2005

noites à direita: notas imprecisas

De uma noite longa de positivo debate ideológico basilar sobre o liberalismo e a direita liberal, deixo n'a cor das avestruzes modernas algumas notas que guardo em memória.

1. É unânime que o Nicola foi pequeno para esta direita liberal, que a dada hora da noite se acotovelava já para conseguir ver os oradores.

2. A adesão que encheu a primeira das noites à direita terá sido fruto da curiosidade por um movimento cívico original ou poderá ser a expressão de uma nova definição política [à direita] que colhe hoje já bastantes adeptos?

3. Provou-se que a evolução ideológica à direita não se fará sem uma evolução paralela à esquerda. Não terá sido por isso bom exemplo o agitador escolhido - que manifestamente prova acompanhar a evolução política moderna no quadrante socialista. É necessário agitar as águas - fundamentalmente onde essas águas se encontram paradas, quase chocas (tanto à direita como à esqueda).

4. Evidenciou-se que a direita liberal se não compadece com ideias tabú, dogmas ou assuntos indiscutíveis. Tudo se discute. O que inclui temas concretos como a questão global relacionada com a interrupção voluntária da gravidez e o quadro legislativo aplicável - brilhantemente trazido ao palco da discussão pela Filipa Correia Pinto.

5. Sinto que este movimento [que é assumidamente um movimento geracional já não comprometido com a guerra colonial, a descolonização ou o PREC] se adensará. Ganhará terreno no espaço de opinião e poderá [assim o espero] influenciar as forças políticas parlamentares.

6. Aguardo com expectativa as próximas edições das noites à direita. Decididamente num espaço mais largo. E proponho um tema, talvez para Outubro: a direita e a Europa.