sexta-feira, julho 01, 2005

confissão de uma mundanidade benévola

Cumpre-me fazer a devida confissão de uma mundanidade benévola que cometi ontem e de que me não arrependo em absoluto: comprei O Livro da Rititi, de Rita Barata Silvério.

Deixo n'a cor das avestruzes modernas um trecho delicioso:

"Complicar para quê?

Gentes do mundo, alegrai-vos! Arriba esse espírito, arejai esses grelos, essas pilinhas ao alto e tudo para a rua, contra a mediocridade, marchar, marchar. Porque isto é sair de casa e levar logo com doses industriais de cinzentismo, fatos escuros e olheiras depressivas nos transportes públicos. Muito gosta o povão de mostrar as suas amarguras gratuitamente e sem pudor, com a vidinha sempre às costas, lá se vai andando. (...) Destruamos a sede do Minsitério das Finanças, queimemos os parquímetros que infectam as ruas da nossa Lisboa, decepemos a estátua do Marquês! Por uma vida contra os opressores da nossa alegria de viver, manifestações em trajes menores às portas de São Bento! Con lo fácil que es la vida cagonlaleche, y lo que nos gusta complicarlo. He dicho."

[Aguardo entretanto a dedicatória prometida]