quarta-feira, outubro 26, 2005

eu sei que a culpa é minha

mas ontem, durante o discurso de apresentação do manifesto (porque é que a esquerda gosta tanto dos vocáculos que tomam início com a porção "manif"?) de Mário Soares para a campanha presidencial, dei por mim num sono brando apenas interrompido pelo êxtase do protegido soarista António José Teixeira.

Eu sei que a culpa é minha - que é do cansaço que me aflige a vigilia e do trânsito lento que me compromete a acuidade - mas ontem, durante o discurso de Mario Soares, dei por mim a pensar em tudo menos naquilo que ouvia - que se afastava progressivamente numa ladaínha que me embalava o raciocínio dealbulante por outras paragens.

Eu sei que a culpa é minha, mas o discurso de Mário Soares quedou-se, aos meus ouvidos, em coisa nenhuma.


Terá a culpa sido mesmo minha?

sábado, outubro 22, 2005

preceitos da democracia

PCP e BE já se tinham declarado contra esse desvirtuado acto de concretização democrática que é o referendo público em questões de legislação de matéria social e cultural. O que não se estranha - ambos têm uma noção muito própria da democracia. Mas agora parece que também Sócrates ameaça sucumbir à tentação de usar a sua maioria parlamentar para contornar as dificuldades que o Tribunal Constitucional parece estar a impôr à sua pergunta.

A concretizar-se o repto de Jorge Coelho, consentido nas palavras do Primeiro-Ministro, voltaremos às velhas práticas democráticas do partido socialista. Preceitos da Democracia.

quarta-feira, outubro 19, 2005

este senhor tem algum problema

psíquico enquistado em local de difícil remoção. Só assim se entende a recorrente referência a esta questão.

de histórico respeitável (ainda que discutível) a marioneta e depois a boneco da nintendo

Mario Soares tem tido um percurso de extrema coerência, nem sempre, é certo, por culpa própria.

De preso político e exilado (auge do percurso de qualquer político) passou a líder político, de líder político a Primeiro-Minitro, de Primeiro-Ministro a Presidente da República, de ex-Primeiro Minitro e ex-Presidente da República passou a histórico respeitável, de histórico respeitável passou a comentarista anti-Bush e pró-BE. Hoje foi tornado marioneta e agora vi aqui que fizeram dele boneco da nintendo.

O que se seguirá? Derrota estrondosa nas eleições Presidenciais? Mantinha-se a coerência.

marioneta

Quando um espectáculo é conduzido sem que o actor principal (ou neste caso actor único, tratando-se por princípio de um monólogo) tome parte activa, esse é espectáculo é definitivamente de marionetas. Ou pelo menos assim nos surge.

De facto, ao menos que a idade inspiriasse o mínimo respeito que se impõe.

então afinal as Presidenciais são promovidas pelos partidos

e, em lugar de candidatos individuais, há candidatos patrocinados - em termos logísticos e financeiros - pelos partidos, e candidatos aos quais são proibidas referências e assistência e existência nas instalações e circunstâncias de um partido de que são ambos militantes?

Mau sinal. Este é um mau sinal do sentido democrático lá dos lados do Largo do Rato - um péssimo sinal. Porque se confunde um apoio pessoal do presidente do partido e Primeiro-Ministro a uma candidatura com o apoio institucional do partido a que aquele preside. O que precipita uma lógica ditatorial a gosto de Jorge Coelho de proibir a presença de Helena Roseta e dos demais apoiantes de Alegre nas reuniões da Comissão Política do PS - com o espantoso argumento de que aí se discutiriam estratégias eleitorais (partidárias?).

Pode ser que esta deturpação grosseira do sentido da actuação democrática e lealdade política reverta em favor de Alegre, à laia popular dos dizeres do feitiço e do feiticeiro e outros que tais que espero que se apliquem em absoluto no castigo que os fervorosos apoioantes do camarada que é fixo me merecem.

terça-feira, outubro 11, 2005

ainda absorto

na adição fervorosa ao arsenal farmacológico para os sintomas do tracto urinário inferior associados a Hiperplasia Benigna da Prótata.

segunda-feira, outubro 10, 2005

para sempre absorto

nos regimentos das engrenagens iatrogénicas, avanço sozinho no escritório para a noite que se prepara para receber as franjas já benígnas do Vince, impossibilitado de cuidar o rescaldo autárquico que se requeria.

Conto ter espaço em breve.

sábado, outubro 08, 2005

apanhando as últimas aparas

autárquicas importa ler com atenção este blog - pelo seu utilitarismo na análise global do fenómeno eleitoral. Sondagens são sempre sondagens - ninguém acredita nelas até prova em contrário. Além disso, a média que margens de erro nos traz poderá pecar por ser um instrumento estatístico grosseiro (embora na maior parte das vezes bastante verdadeiro, pelo mérito da universalidade da curva de Gauss). Mas não há dúvida que o estudo comparado fica assim manifestamente facilitado.

Veremos no padrão dos desvios do próximo domingo.

segunda-feira, outubro 03, 2005

qualidade de vida

num dia intenso, absorto nos regimentos das engrenagens iatrogénicas, que se volveu num sublime instante mutagénico do humor. Um morrer-do-sol espesso e doce, quente, envolvente. E um mergulho num lago feito espelho de petróleo do céu dos tempos, ainda por estrelar, na contrafacção benévola da realiade que nos tolha. Um ápice gélido que contraria o fervor palpitante das coordenadas vasculares que me torturam.

E fui feito novo.

sábado, outubro 01, 2005

e quase me esquecia de falar disto

Manuel Alegre é finalmente candidato à Presidência da República - o meu candidato. E já começa a fazer estragos.

não era isto que me esperava

Com felicidade, não era isto que me esperava. Barcelona recebeu-me com a viva magia do modernismo catalão, nos seus edifícios, nos seus espaços, nas suas gentes, no seu ar. Uma cidade que é assumidamente de todos. De tudo. Onde é quase imediato o sentimento de absorção, de assunção. Que é nosso. Que é nossa. A cidade que é um potente motor mascarado pela delicada ornamentação fantasiosa do imaginário de Gaudi e Domenech i Montaner, encaixada entre o mar que é já mediterrâneo, que é largo, onde à largura se espraia, Llobregar e Besòs que a irrigam, e os montes Collserola.

nota de regresso sem nunca ter partido

Já fiz nota de regresso com um comentário no último (e assumidamente já longínquo) post.


[Como acção preventiva decidi incluir a funcionalidade de protecção de spam comments. Peço desculpa pelo eventual desconforto. Incito-os todavia a não se inibirem de me oferecer o contento de participar no corpo de a cor das avestruzes modernas.]