quinta-feira, maio 26, 2005

oiço logo sinto



Blanco Y Negro de Bebo Valdés e Diego El Cigala, em trabalho feriado.

quarta-feira, maio 25, 2005

oiço logo sinto



Te Deum de António Teixeira, em estágio para a discussão do estágio.

terça-feira, maio 24, 2005

explicação aos pássaros

Andam já os pássaros em torno do animal moribundo quando ainda nem sequer morreu. Valha-nos a explicação da Dra. Manuela Ferreira Leite: uma previsão é isso mesmo uma pré-visão - o que pressupõe uma distância entre a suposição presente e a constatação futura; o que pressupõe ainda que existe (como existiu sempre) o tempo de correcção de uma curva achada menos fechada.

Nada mudou. Há apenas a utilização política de um número para justificar o não cumprimento previsível de um programa eleitoral surrealista - o que não é necessariamente mau. É talvez a oportunidade de entregar aos responsáveis primogénitos o ónus da nossa patologia financeira.

(entretando: SCUTS, subsídios de reforma, 150 mil empregos - aguardem por dias melhores)

o peso do número pluma que já não nos diz nada

Anunciou-se o espectáculo. Com tambores de percurssão crescente à medida que avançou a última semana. Sexta feira saiu o aviso: é muito pior do que o que se esperava. Passa o fim-de-semana e a agústia pela -nova agudiza-se. Ele aí está: 6,83%.

Mas esperem aí? Afinal o que significa esse 6,83%? Para mim significa muito pouco. Porque esta história toda me faz lembrar aquele jogo popular da corda: ora puxa para um lado ora puxa para o outro - mete-se receitas, tira-se despesas (se interessa apresentar um défice mais simpático), tira-se receitas, mete-se despesas (se interessa apresentar um défice propositadamente alarmante).

No fundo, o valor do défice tornou-se nos últimos anos arma e alibi políticos - ora para justificar reformas ora para justificar o seu adiamento. E não mais que isso. Tudo o resto é o natural folclore da publicitação política.

CDU democrata cristã

O perfil da primeira candidata a chanceler: Angela Merkel.

procure as diferenças: exercício pedagógico dos 0 aos 3 anos

Um dia há umas eleições autárquicas e o partido do governo é largamente derrotado, perdendo as duas maiores câmaras municipais - seus bastiões há muitos anos. O primeiro-ministro demite-se e desaparece de cena.

Um dia há umas eleições regionais e o partido do governo é largamente derrotado, perdendo a região mais populosa do país - seu bastião há muitos anos. O chanceler demite-se e marca eleições antecipadas para as quais se assume como candidato a reassumir o cargo de chanceler.

um blog oportuno

Um blog oportuno. Leia-se e discuta-se. Assim farei.

segunda-feira, maio 23, 2005

e agora?

Valor do défice é de 6,83% do PIB.

não se brinca com coisas sérias (revisitado)

Directo ao Assunto na TSF.

Juntou-se Dr. Duarte Vilar (Associação para o Planeamento Familiar), Dra. Isilda Pegado (Federação Portuguesa pela Vida), Dra. Manuela Cid Torres (Ministério da Educação) e Dra. Susana Gonçalves (pedopsicóloga). Uma discussão acessa onde sem qualquer dúvida se percebeu o terrível equívoco em que incorreu o Ministério da Educação com o alto patrocínio da APF: na tentativa bem intencionada de oferecer aos jovens o devido apoio na educação sexual, o ME acabou por dar guarida oficial a um projecto modernaço de educação, não se aprecebendo que dessa forma estava a impor de modo intolerável um modelo de educação a todos os pais.

Terrível erro de paralaxe que mais uma fez afecta os projectos essenciais. Educação sexual é indispensável - mas, insisto, integrada numa educação para saúde. Mais, os pais têm obrigatoriamente de ser parte integrante de todo o processo educativo - porque esta não é matéria técnica mas sim matéria de índole moral e comportamental.

Anda mesmo a brincar-se com coisas sérias. Um ultrage à dignidade familiar.

domingo, maio 22, 2005

alice no país das mentiras

Confiança. Palavra forte do grão-filósofo político que ascendeu à cadeira forte do Estado há já 3 meses. Confiança em quê? Em quem?

Partilho inteiramente da opinião de Ricardo Costa, escrita do Diário Económico:


Todos sabemos que a campanha eleitoral para as legislativas é, em sentido lato, um dia das mentiras em versão alargada – sabe quem mente e sabe quem ouve. O que é mais estranho é que o Governo continue, meses depois da campanha, a desmentir ou a adiar aquilo que todos sabemos que vai acontecer. O caso das SCUTS e do IVA é o mais absurdo.Não é preciso ser um génio das finanças para se perceber que o modelo das SCUTS é insustentável nos próximos anos, altura em que o Orçamento de Estado mais vai ter que desembolsar para compensar as “portagens virtuais”. Por
várias vezes o PS e o Governo deram a entender que teriam de rever algumas das SCUTS e até já explicaram em que condições e porquê podem rever a inexistência das portagens. Mas, inexplicavelmente, recuam no próprio dia, dizendo que ainda estão a estudar o assunto. Mas estão a estudar o quê? A questão das portagens virtuais estuda-se numa tarde! A única coisa que não se estuda (nem que se demore dois meses) é a dimensão dos protestos, boicotes e cortes de estrada que vão existir. Aposto que são as estas as questões que o governo está a estudar...A outra, mais
espantosa, é a do IVA. E digo “mais espantosa” porque, ainda durante a campanha eleitoral, o então porta-voz Manuel Pinho descaiu-se e deu a entender que a subida da taxa máxima do IVA seria inevitável. Foi logo desmentido e o Governo do PS ainda hoje está a pagar esse desmentido.

É claro que já todos percebemos o que se vai passar nos próximos dias ou meses. Vamos assistir à rábula da “tanga” em nova versão: 1. Vítor Constâncio divulga um défice brutal. 2. O Governo deita as mãos à cabeça. 3. O Governo culpa o executivo anterior. 4. Sócrates pede desculpa ao país e diz que não vai poder cumprir o que prometeu. 5. Campos e Cunha começa a trabalhar e receita Prozac aos portugueses e a si mesmo.Conclusão: porque é que, ao fim de muitos anos, temos sempre a sensação de que não saímos do mesmo sítio?


Ansejado dilúvio político que nos inunde depressa este mundo e nos salve a alice do país das mentiras.

sexta-feira, maio 20, 2005

tragam-lhes depressa um estendal!

A extensão da roupa suja em lavagem nas hostes do PSD é tristemente impressionante. Tragam-lhes depressa um estendal!

será hoje?

Hoje poderá ter lugar o primeiro "Fórum" da oposição Cubana. Depois do boicote em 1996, a espectativa para o dia de hoje é naturalmente grande. No entanto, poucos acreditam que o desfecho seja diferente do sucedido há 9 anos: há já relatos de opositores detidos e da expulsão do País de dois políticos estrangeiros convidados para o fórum.

quinta-feira, maio 19, 2005

não se brinca com coisas sérias

Associo-me a'O Acidental na divulgação da Petição sobre programa de Educação Sexual nas escolas lançada pelo Fórum da Famíla na sequência da notícia avançada pelo Expresso do passado sábado.

O que está em causa é o programa de alguns manuais escolares, elaborados em consonância com as novas orientações dos Ministérios da Educação e da Saúde para a educação sexual produzidas em colaboração com a Associação para o Planeamento da Família (APF). No contexto da dita educação encontram-se coisas espantosas como as seguintes:

1. propõe-se aos professores exercícios para crianças de 10 e 11 anos tais como colorir «partes do corpo que gostam que sejam tocadas».
2. outra sugestão é pedir aos alunos que indiquem «manifestações sexuais», dando como exemplos a «manipulação dos órgãos genitais, beijos entre namorados e relação sexual».
3. propõe-se que, durante a aula, os professores ponham os alunos de 10 a 12 anos a pensarem no maior número possível de sinónimos para palavras como testículos, pénis, vagina ou relação
sexual.

4. pretende-se introduzir nas salas de aula do 1.º ciclo a questão da masturbação, devendo o professor perguntar: o que está o rapaz a tocar (o mesmo para a rapariga)? Já fizeste isso? Onde o fazes? Com quem o fazes?
5. pôr os alunos a falar das diferenças entre rapaz/rapariga, homem/mulher, rapaz/homem e rapariga/mulher. «Recorta as figuras e coloca-as na casa de banho», sugere-se.

A questão da Educação Sexual é indiscutivelmente uma matéria base numa lógica de promoção e educação para a Saúde que importa implementar. Questões como o aborto, a gravidez juvenil, as doenças sexualmente transmissíveis passam inexoravelmente por uma educação sexual. Mas integrada. É importante que haja a preocupação de garantir a devida contextualização da questão da educação sexual.

Porque não se brinca com coisas sérias.

golpe hemorrágico (actualização): pede-se o fim

Dados actualizados sobre a mais terrível epidemia de sempre de febre hemorrágica. Já morreram 311 pessoas. Há mais de dois meses que o surto teima contra a débil capacidade angolana de quebra do ciclo epidemiológico.

a montanha pariu um ratinho ou "eu sou pequenina, eu sou pequenina - ninguém vai reparar em mim"

Bem sei que contra quasifactos (faltou reunião de prova em Tribunal, como falta sempre que não se quer o seu apuramento) não há argumentos, muito menos quando esses factos são de índole criminal e se fundem na génese moral de pressupostos indiscutíveis.

O que não esperava é que a saudável troca de e-mails aqui transcrita n'a cor das avestruzes modernas acabasse assim.

Exmo Sr. Nuno Furtado,
Deve haver aqui um grande equivoco pois cabo de ler um
e-mail que não é para mim.A
Ana com quem quer desabafar e dar conselhos não
sou eu.É melhor confirmar o
e-mail dessa senhora.



Mais uma vez a montanha pariu... um ratinho. Até a oiço implorar: eu sou pequenina, eu sou pequenina - ninguém vai reparar em mim...

terça-feira, maio 17, 2005

afinal não sou só eu quem padece de azia

Rodrigo Moita de Deus, d' O Acidental, deixou hoje fugir em preplexidade revista a amnistia que a mim me tem condenado a muitas azias - e não é por abuso calórico.

Bombista assumida mas absolvida pela amnistiante lógica judicial coxa do mundo ocidental, esta mulher reitera nas vezes em que me inunda o quadrado de cristais líquidos multicolor o brado lançado no pós-25: que se danem o Juramento de Hipócrates e o juramento constitucional!

Um conselho para avivar a memória: leia-se o livro em estreia "Viver e morrer em nome das FP-25", de António José Vilela.

link fortuito

Partilho este link fortuito.

segunda-feira, maio 16, 2005

porque a História não o absolverá



Aprecio a comicidade lírica das gentes comunistas que se acham permanentemente na circunstância amnistiante de que a História os absolverá.

Mais, aprecio o gosto das revelações de inestivável valor de diagnóstico político: ser-se comunista é achar-se mais alto, maior do que os homens e que as leis que os regem, mais alto que a moral, mais alto que o sentido e os direitos da humanidade, mais alto o tempo, mais alto que a História.

Terrível sina que os acompanha e que os condena a uma intransponível barreira de incumprimento político: porque se fundam no maior dos equívocos políticos da História do Homem - que felizmente não se repetirá.

Porque a História não os absolverá.

mais que paralaxe: terrível erro de grosseira miopia política

Eu confesso que procuro evitar. Mas é-me impossível. Para onde quer que olhe em qualquer rua de Lisboa só vejo aquele tipo aquilino, cerebralmente engomado numa artificialíssima cera de marketing importado do país dos siliconados anseios pessoais.

Agora passado o brilhante anúncio de ser pensante brinda-nos com uma misteriosa frase em que se alude ao "princípio, meio e fim". De quê? Confesso que nas centenas de vezes em que me vi atirado contra esta afirmação digna de anal político não consigo descortinar um qualquer significado que pudesse fazer algum sentido. Talvez a ponte sobre o Tejo possa ser uma pista...

E aí concluo: alude-se a quem de facto assumia projectos com princípio, meio e fim, e que as gentes tolas (como os que se anunciam em cartazes pulverizados pela capital) quiseram retirar da História, julgando que com o nome se apagam os feitos. Mas ela aí está - a fazer fundo em todos os cartazes do PS - a Ponte António Oliveira Salazar.

sexta-feira, maio 13, 2005

living with the bomb



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quarta-feira, maio 11, 2005

estou triste

Estou triste.

domingo, maio 08, 2005

e já agora: o que é um google?

Um google é o número que resulta da aplicação de um expoente 100 a uma base 10 (10^100).

A história do seu nome é deliciosa. Consta que o matemático americano Edward Kasner (responsável pela invenção do google em 1938) questionou o seu sobrinho de 8 anos sobre a forma como ele descreveria um número grande - um número realmente grande: o maior número que ele imaginasse; o pequeno Milton Sirotta emitiu um som de resposta que Kasner tranduziu por "google". Mais tarde Kasner definiu um número ainda maior: o googolplex, equivalente a 10^googol (1 seguido de um googol de zeros).

Actualmente Googleplex é o nome da sede da Google, na Califórnia, próximo de São Francisco.

Para mais informações aconselha-se a leitura de "The Joy of Mathematics", de T. Pappus, e de "Mathematical Mysteries", de Calvin C. Clawson. Ou ainda a consulta do site http://www-users.cs.york.ac.uk/~susan/cyc/g/googol.htm

quinta-feira, maio 05, 2005

incursão ideológica sem retorno

A ideologia da esquerda política funda-se (na sua génese) e cumpre-se (na sua prática) num reiterado compromisso incumprivél, erguendo como galões aqueles que são os seus defeitos de base.

1. Liberdade. Galão-mais-que-galão de que se gaudia a esquerda ser paladina e representante única na Terra. Exemplo disso é a eleição (leia-se: nomeação) livre (leia-se determindada) do secretário-geral do PCP, ou mesmo o convite ao retiro espiritual (leia-se expulsão) ditado pelo PCP aos que cumprem a riqueza da difereça de opinião (leia-se dissidentes).

2. Solidariedade. Expressão devida do socialismo que os mascara e que se cumpriria no prejuízo individual em prol do interessee colectivo, na suposição nashiniana nobelizada de que no sucesso do interesse geral se realiza por inerência o interesse individual. Ora não existindo sucesso no interesse geral é melhor defender-se - entende a esquerda - o insucesso do interesse individual - que não o que lhes é próprio.

3. Tolerância. Pilar corroído pelo seu constante incumprimento e que ameaça, mais claramente que os restantes, fazer desabar toda a tenda ideológica da esquerda, porque sob as vestes brancas diafinizantes de gente ampla de três faces, a esquerda surge-nos amiúde como a mais esplêndida expressão da intolerância - seja na arrogância tola dos bocejos bardagentos do economista anticapitalista chefe do Bloco (este título partidário claramente significativo da coisa tolerante), seja nos mais simples comentários inscritos nos blogs de opinião - que sem excepção, à falta de melhor argumentação, se findam nisso que é tanto de esquerda: terminar num delicioso charro.

[Um parêntesis a esta incursão e por causa dela uma reflexão paralela: nunca precebi porque é que a esquerda se opõe ao mercado de armamento - que foi até em tempos o maior motor da economia do bloco soviético (lá está outra vez a exceLência da significância tolerante) - e não se insurgem contra o mercado (que até aninam) da droga: que subjoga os pequenos produtores famintos à ditadura imposta pelos baronetes dos terceiros, quartos e quintos mundos que a cada dia mais se afundam nas diferenças sociais que os invialibizam. É de facto mais uma incoerência da esquerda]

Esta é sem dúvida uma incursão ideológica sem retorno, porquanto a esquerda se encontra num beco sem saída murado pela falaciosa teorização do mundo resultante dos seus silogismos interrompidos. A esquerda é um erro: porque assenta num problema genealógico de morte - a incoerência.

quarta-feira, maio 04, 2005

google killer

A Microsoft iniciou uma batalha hegemónica contra o motor de busca mais utilizado do mundo. A meta: construir o "google killer".

O investimento do gigante norte americano contra a simpática ferramenta de pesquisa na internet poderá parecer despropositada - como quem tenta matar uma mosca com uma bazuca. Mas a razão para todo este alarme é clara: com uma subtileza de pézinhos de lã, os responsáveis técnicos do Google têm vindo a desenvolver diversas plataformas de utilização on-line que se metamorfizaram discretamente em software - compatível, acessível e, mais importante, frequentemente mais "user-friendly" que os comercializados pela Microsoft.

Será que Bill Gates vai vencer mais esta luta de concorrência? São já 30 os anos que fazem a história da Microsoft e até hoje não houve entre os muitos que se aventuraram nenhum competidor que tivesse destornado o gigante norte-americano.

flores de maio revisitado

Em primavera que noutros tempos foi inverno precipitado vejo crescer flores de maio revisitado no tenebroso anúncio amaciado da tendencial estatização socialista de tudo o que existe consagrado à criatividade privada. A despeito da premência ética de balização da actividade dos modernamente referidos media, não cabe de todo ao Estado impôr-lhes quaisquer regras de comportamento - como não caberá noutras áreas de opinião.

A serenidade e ponderação aconselham-me aguardar novos desenvolvimentos da notícia que me fez estremecer os folículos e erigir os barómetro pilosos de maus agoiros políticos.

domingo, maio 01, 2005

desilusão inequívoca



http://www.uc.pt/cd25a/aedp_po/revistas/seculo/74_02/1896n2.htm