quinta-feira, março 31, 2005

morreu terri schiavo



Morreu Terri Schiavo.

Numa das mais impressionantes histórias de discussão ética sobre a eutanásia ou quasi-eutanásia, o caso de Terri Schiavo assumiu proporções universais. Torna-se incontornável um apuramento legislativo que enquadre mais eficazmente uma questão que é acima de tudo de índole moral. E não há espaço para vazio de opinião:

For the Life of Terri Schindler Schiavo: News Links and Commentary
Terri Schiavo: Cognitively Able
Terri Schindler-Schiavo Foundation
Last-ditch effort to prevent removal of Schiavo's feeding tube.
CNN's Sanjay Gupta explains a 'persistent vegetative state'.
Key events in the Terri Schiavo case
Michael Schiavo’s Opposition to application by Terri Schiavo’s parents
Emergency Application for Stay of lower court orders filed with U.S. Supreme Court by Terri Schiavo’s parents
Federal Court Order Denying Terri Schiavo’s Parents’ Petition for a Rehearing
Schiavo Inspires Groups´ Push for Change
East Texans Divided on Terri Schiavo Battle
Reaction Mixed on News of Terri Schiavo Passing
A Morte de Ivan Ilitch

quarta-feira, março 30, 2005

golpe hemorrágico



O surto angolano do Vírus de Marburg atingiu record mundial: 124 casos diagnosticados e 117 mortos já contabilizados em Cabinda, Luanda e Uige.

Duro golpe hemorrágico.

o candidato que faltava

Ficámos finalmente a saber qual é o candidato que previsivelmente reúne maior consenso no PS para se candidatar à desventura do nobre palácio rosa à beira-rio plantado. Segundo a edição de hoje do Público, apesar de Manuel Alegre nunca ter manifestado publicamente essa intenção, alguns dirigentes ouvidos pelo jornal diário equacionam esta hipótese como a mais favorável para o PS, argumentando que Alegre é quem pode vir a apresentar a mais produtiva capacidade de polarizar o eleitorado de esquerda e de centro-esquerda na vitória contra Cavaco Silva.

Era de facto o candidato que faltava.

terça-feira, março 29, 2005

prémios Ortega y Gasset



A edição 2005 dos Prémios Ortega y Gasset foi posta a concurso.

Criados em 1984 pelo jornal diário espanhol El País, os Prémios Ortega y Gasset têm procurado oferecer reconhecimento a trabalhos alinhados na defesa da liberdade, da independência e do rigor jornalísticos, valorando o legado do filósofo José Ortega y Gasset através do cumprimento anualmente reiterado dos seus objectivos: subrayar la dignidad de una profesión que tan amenazada está en su propia naturaleza, que es buscar la verdad sin considerarla una exclusiva.

Tivéssemos nós prémios assim.

genoteca

Foi criado recentemente nos Estados Unidos o Human Cancer Genome Project, orçado em 1,042 mil milhões de euros, que visa reunir e catalogar as anomalias e alterações génicas responsáveis pela maioria dos tumores conhecidos: pretendem analisar-se 12 500 amostras referentes a 50 tumores. Com uma duração prevista de 9 anos, este projecto benemérito resultará na construção de um banco de dados gratuito disponível a toda a classe científica, ampliando largamente o lucro da descodificação do genoma humano.

quinta-feira, março 24, 2005

semana santa



Em San Fernando, nas Filipinas, ultimam-se os preparativos para o sangrento ritual de crucificação voluntária que todos os anos tem lugar durante a Semana Santa.
(foto: EPA/ROLEX DELA PENA, em Agência Lusa)

quarta-feira, março 23, 2005

exposed



Últimos retoques dados numa imagem de Salvador Dali colocada na escadaria principal do Philadelphia Museum of Art, que receberá até ao dia 16 de Maio uma das maiores exposições sobre o pintor surrealista.

segunda-feira, março 21, 2005

chegou o peixe graúdo

Junto ponho à disposição a entrevista concedida pelo Sr. Bastonário da Ordem do Farmacêuticos, Dr. Aranda da Silva, ao DN:

Como vê a intenção do Governo de passar a venda de medicamentos para outros espaços que não as farmácias?
Com surpresa. Não consta do programa eleitoral, que até consideramos ser muito interessante na área da saúde. Aguardamos agora que essa intenção seja clarificada e discutida. Se há algum problema de acessibilidade ao medicamento em algum ponto do País, estamos dispostos a discutir a situação e a resolvê-la com o Governo.

O primeiro-ministro considera não haver razão para que estes medicamentos continuem a ser vendidos apenas nas farmácias, desde que com supervisão dos farmacêuticos. Concorda?
Achamos que é estranho, porque a legislação aprovada em 2001 pelo governo socialista não permite que os farmacêuticos exerçam a sua profissão fora de espaços de saúde.

Por isso, o programa de Governo fala concretamente em mudar as regras de comercialização dos medicamentos. É um sinal do fim do monopólio da propriedade das farmácias?
Não faço ideia do que quer dizer. Mas achamos que, na saúde, esta é uma questão acessória. Sabemos que há lóbis por detrás disso. E ficámos surpreendidos por ver a Ordem dos Médicos defender essa situação. Estamos habituados a ver a Ordem associada à indústria farmacêutica, surpreende-nos vê-la também associada aos lóbis dos supermercados e das gasolineiras.

O que a Ordem dos Médicos diz é que se trata apenas de uma questão de propriedade das farmácias, não de saúde pública.
A Ordem dos Médicos não tem conhecimentos para opinar sobre a prática farmacêutica. Não precisamos do paternalismo dos médicos. Da mesma forma que o Dr. Pedro Nunes [bastonário da Ordem dos Médicos] não dá consultas nos supermercados, nós também não dispensamos medicamentos. De acordo com a lei, os profissionais de saúde só podem actuar em espaços de saúde. As farmácias, apesar de terem alguns aspectos comerciais, são estabelecimentos de saúde, e a sua actividade está regulamentada e condicionada por esse facto.

Mas porque é que, na prática, o trabalho do farmacêutico não pode ser feito noutros espaços?
A nossa profissão implica independência técnica. Não pode haver independência técnica se se trabalhar num supermercado. Não somos nós que o dizemos, é a lei que não o permite. Além disso, é contra a evolução do sector, que implica um controle cada vez maior do consumo de medicamentos. Vamos andar para trás, copiando modelos que estão a ser postos em causa nos países que adoptaram essa prática? É algo que me surpreende...

Considera que um farmacêutico desenvolve melhor a sua actividade tendo como patrão outro farmacêutico? E, se não for o caso, não é independente?
Não tenho dúvidas. E por isso é que na maior parte dos países o circuito de distribuição é semelhante ao nosso. Considera-se que, desta forma, se protege melhor a saúde pública. A alternativa é a farmácia ficar na mão de grandes multinacionais, muitas delas ligadas à produção de medicamentos, criando uma verticalização do sector que não traz ganhos em saúde, mas prejuízos. Aumenta o consumo e os preços e, ao mesmo tempo, diminui a qualidade do serviço prestado. Na grande maioria dos países há apenas um canal de distribuição, seguro e controlado as farmácias. Fugir a este controlo não é um progresso, mas um sinal de atraso. Os medicamentos não são batatas, mas um produto especial que tem uma licença para entrar no mercado e utilização condicionada. Não são um produto que possa ser tratado como os outros em termos de mercado.

sábado, março 19, 2005

as ameaças são a maior oportunidade de melhoria

As ameaças são de facto a maior oportunidade de melhoria. E, custa-me dizer, há muito ainda para melhorar na prática farmacêutica. O DN deu conta disso na sua edição on-line de hoje, pesa embora o facto de os sujeitos implicados poderem não ser (quero acreditar que não) farmacêuticos:

O contra-relógio começa às 13.12, numa farmácia da Rua Augusta. Duas embalagens de pílula do dia seguinte, por favor. A farmacêutica, uma mulher de meia-idade, embrulha duas caixas de Norlevo e debita o preço de expressão fechada. "São 19 euros e 90 cêntimos." Seis minutos depois, o mesmo pedido numa farmácia do Rossio. Aqui, a empregada, na casa dos trinta, abre os olhos, repete "Duas? Mas vai tomar as duas?" O sorriso da negativa encoraja a farmacêutica: "Desculpe dizer isto, mas deve saber que este medicamento não deve ser tomado muitas vezes..." Perante a concordância amável da cliente, seguem-se algumas perguntas, sempre precedidas de um "desculpe, mas". Se já tomou alguma vez, se sabe que tem efeitos adversos, que só se obtém resultado nas 72 horas seguintes à relação de risco... e por que razão duas embalagens. À resposta, pensada para desarmar (é uma para agora, outra para quando for preciso), a farmacêutica enfia num saco as caixas (de Norlevo, mais uma vez) e indica a caixa. Mais 19 euros e 90 cêntimos, mais três minutos, mais uma farmácia e mais uma farmacêutica - agora uma jovem de olhar doce - a estremecer perante a dupla requisição. Também ela, em tom hesitante, questiona a necessidade. Mas há algum problema com o prazo de validade do medicamento?, quer saber a cliente. "Não, o problema não é esse...", balbucia a rapariga. Sem mais argumentos, entrega as embalagens ( Norlevo, de novo) e avisa, à despedida "Não deve tomar mais de uma vez num ciclo menstrual..." São 13.24. Em 12 minutos, o DN comprou 6 embalagens de contracepção de emergência. Uma hora e meia mais tarde, na Rua Alexandre Herculano, cabe a um homem atender o pedido. Em silêncio, embrulha mais duas caixas de Norlevo (!). Apesar de existir no mercado outra pílula com o mesmo princípio activo e cuja venda dispensa também receita médica - a Levonelle, a 9,93 euros -, nenhum dos farmacêuticos a mencionou. Como nenhum mencionou as contra-indicações do medicamento.

Fernanda Câncio

quinta-feira, março 17, 2005

recriar ou criar?

Vale a pena ler com atenção o repto deixado por Luís Delagado na edição de hoje do DN:

O centro-direita precisa, como já fez a esquerda, com a introdução e crescimento do BE, de renovar e fazer as rupturas necessárias e urgentes para recompor o seu espaço, credibilizar as opções e, se necessário, recriar os partidos.Vamos por partes o PSD actual precisa de um suplemento de vitamina, e diferenciação, que o distinga, em absoluto, do PS, em algumas traves-mestras ideológicas, e que fixe com maior nitidez o centro, a classe média, e a sua identificação com os jovens.Qualquer solução que agora venha, e a mais provável será Marques Mendes, é a continuidade do mesmo PSD dos últimos 30 anos, como se esse tempo não tivesse gerado novas ideias, mudanças de perspectiva, e alterações no pensamento político.O PSD precisa de modernizar- -se, adaptar-se aos novos desafios, perceber as reais preocupações dos portugueses, e falar directamente ao eleitorado urbano, que gosta de estabilidade, e a uma juventude em crescimento, que tem outras referências e desejos que não propriamente as que existiam há dez anos.Igual receita necessita o PP, que sem Portas terá ainda uma maior dificuldade em reganhar a força que já teve, e que ainda tem, mas que pode perder com o passar do tempo, e o regresso de velhas ideias sem impacto.Veja-se o caso italiano e inglês no primeiro desapareceu a democracia-cristã por troca com líderes e partidos mais voltados para a resolução prática dos impasses, e na Grã- -Bretanha é angustiante ver como o Partido Conservador ainda não percebeu que tem de mudar os "chavões" do tempo de Thatcher, tornar-se activo e moderno, e ser um espelho das novas gerações.O problema é que as nossas vidas, referências e o mundo em que existimos está dez passos à frente dos partidos políticos, e das suas visões em circuito fechado, e com os mesmos protagonistas de sempre, e por aí não haverá, nunca, uma verdadeira ruptura, no seu sentido pleno, e recriador de novas ideias. Ou mudam de dentro para fora, ou outros partidos, e líderes, surgirão um dia, para canibalizar os que não conseguem mudar. Portugal de 74, ou 84, ou 94, nada diz aos portugueses de 2005.

peso da perspectiva

A ler no Público de hoje:

Ouvem-se recicladas as vozes de que agora há que dar um estado de graça ao Governo, deixá-los trabalhar, ver o que valem, o que era exactamente o que [Pedro Santana] Lopes pedia." (José Pacheco Pereira, PÚBLICO, 17-03-2005)

quarta-feira, março 16, 2005

manifesto anti-júdice

"José Júdice é jornalista e escrevre regularmente no METRO". Assim se remata, em nota de roda-pé, a triste crónica publicada na edição de hoje do jornal gratuito METRO - em jeito de justificação achada necessária de uma credibilidade confrangedoramente perdida nas primeiras linhas do arroto literário publicado com a designação "Aspirina para o povo".

Arrancando com alusões grotescas de uma educação inacreditavelmente medícore, este sujeito, justaposto ao epíteto dito credibilizador de jornalista regular, refere-se às tomadas de posição - únicas - da Ordem dos Farmacêuticos e da ANF sobre o assunto febrilmente empolado nos últimos dias, como "guinchos de preocupação". Assumindo a franca possibilidade da dificuldade de percepção da significância de tal expressão se poder fundar numa pobreza lexical, confesso não entender o alcance desta figura sem estilo; porque não me ocorre nenhuma manifestação de preocupação que passe pela emissão dos ditos guinchos. Mais, afianço-lhe, com a maior humildade, que talvez os guinchos a que se refira sejam antes daqueles que julgam poder vir a beneficiar com a execução da medida prometida, à laia de hienas enebriadas com pavloviano cheiro fétido.

Não contente com o despropósito escrito no jornal de acesso universal, esse fulanito vulgar - de apelido atestante de um capacidade de julgamento que visivelmente não tem - assegura que a contestação farmacêutica assenta numa "hipocrisia dos interesses corporativos mascarada de preocupação com o bem comum sempre que lhes mexem no bolso, que é onde dói mais". Desconhece José que a profissão Farmacêutica, ao contrário do que a jornalista reincidentemente prova, deve cumprimento rigoroso a normas de conduta e deontologia que reiteram o juramento feito pelo bem comum, pela saúde e por uma melhor qualidade de vida. Mais, essa dor que tanto releva tem o mísero peso de 5,6% do volume global de vendas; se esta dor se sentísse, não seria seguramente preciso mais que um bom banho e um sono retemperadora para a apagar.

Mas no meio de tanta grosseira e barbaridade, houve pelo menos um aspecto importante focado pelo brilho literário de Júdice. Ao comparar um bar ou discoteca a uma Farmácia, tendo em conta a ingestão abusiva e não controlada de bebidas alcoólicas responsáveis, segundo o autor, por mais mortes do que a automedicação, vem defender a necessidade de uma revisão urgente da legislação aplicável ao consumo de bebidas alcoólicas - que se tem tornado manifestamente um problema de saúde pública.

Para terminar, o que custa aos farmacêuticos não é que haja muita coisa que passe com uma aspirina e um copo de leite morno ao deitar. O que custa é que exista espaço público de opinião para a imbecilidade, para a ingorância e para a preversidade. Porque o que está aqui em causa - em absoluto - é uma discussão sobre a valência técnica imprescindível do farmacêutico como especialista inegável do medicamento e não um transvio sobre o putativo impacto económico - o qual, já se viu, corresponder a uns insignificantes 5,6%.

Mérito ao METRO pela gratuicidade da sua publicação. Mas o mesmo não é válido relativamente à gratuicidade das agressões vis e infundadas a que deu guarida de destaque nesta última edição.

introspecção



Niño geopolítico mirando el nacimiento del hombre nuevo (S. Dali)

terça-feira, março 15, 2005

populismo e demagogia

Em momentos de confusão lexical, importa procurar no dicionário o abrigo sábio para os tumultos da alma e serenar o ímpeto que por vezes nos faz cair na tentação de ver na verdade a mentira:


Demagogo (do gr. demagogós, «condutor do povo»): indivíduo que excita as paixões do povo, mostrando-se defensor dos seus interesses, mas tendo em vista a prossecução dos seus próprios pontos de vista;



Populismo (do lat. popùlu-, «povo» +-ismo, ou do fr. populisme, «id.»): movimento, por vezes protagonizado por um chefe carismático e paternalista, que apela à simpatia das bases populares;

Fico assim mais sereno de saber-me enganado. Porque por momentos pensei que ser demagogo e populista era defender a introdução das SCUTs, sugerir a introdução de taxas moderadoras nos serviços de saúde, aumentar as rendas para valores de razoabilidade. Hoje felizmente encontrei no dicionário o conforto de saber-me certo da significância de que demagogos e populistas são aqueles que em discursos de tomada de posse vêm apresentar medidas estruturais e basilares como o objectivo de alargamento da venda de MNSRM a outros locais que não as Farmácias, agitando a populaça que na genuína ignorância do que se trata rejubila com a prespectiva de um oásis que, a sorrir, apenas sorrirá aos que sorri sempre.

segunda-feira, março 14, 2005

pílula do dia seguinte às palettes!

Se isto fosse mesmo verdade (está história de ver os MNSRM nos hipermercados), seria engraçado ver sair pílulas do dia seguinte às palettes. O que poria outro problema: estas pílulas não são um método contraceptivo mas sim quasi-abortivo. E o aborto (enquanto o dinausauro excelentíssimo não lhe pegar) continua a não ser permitido em Portugal se não nas excepções constantes da lei.

domingo, março 13, 2005

de médicos e de loucos todos temos um pouco

e isto agora anda tudo louco. Qualquer dia põem sapateiros a fazer pontes, talhantes a fazer de médicos, patinadoras a brincar aos farmacêuticos, operários a lutar na barra. Porque acima de tudo interessa lutar contra os monopólios.

Mas será que entre tanto disparate dito com a raiva revolucionária que infelizmente continua a pairar sobre este triste e pobre recanto luso, alguém ousou questinar o motivo para a existência de actividades profissionais exclusivas, reguladas por Ordens profissionais que representam o Estado? Talvez esteja aí a resposta para toda esta celeuma tola. Porque há aí muito badameco a julgar-se gente e a opinar quando ainda nem sequer catarro tem.

Uma regra de ouro para manter o juízo: não se fale do que não se sabe; não há nada mais sábio que o silêncio.

promoção para a saúde

Cumprindo um dos valores em que assenta a actuação do farmacêutico como profissional de saúde, aqui deixo locais onde poderão obter mais informação sobre questões de segurança de medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM), os quais tendem a designar-se MIF (medicamentos de indicação farmacêutica):

1. Paracetamol
> Acetaminophen hepatotoxicity: An update.
> Acetaminophen intoxication during treatment: what you don't know can hurt you.
> Acetaminophen toxicity.

2. Aspirina
> Challenges in managing NSAID-associated gastrointestinal tract injury.
> Digestive and hemorrhage complications of low-dose aspirin
> Risk factors for gastrointestinal bleeding associated with low-dose aspirin

3. Vitaminas
> Hepatotoxicity of alcohol-induced polar retinol metabolites involves apoptosis via loss of mitochondrial membrane potential
> Vitamin B6 (Pyridoxine)--excessive dosage in food supplements and OTC medications
> Hypercalcemia caused by iatrogenic hypervitaminosis A
> Vitamin D and colon carcinogenesis

Em caso de dúvida ou persistência dos sintomas, já sabe: consulte sempre o seu médico ou farmacêutico. Ou então, quem sabe um dia, a menina de patins.

Junto a si, pela sua saúde!

agradecimento

Aproveito para agradecer a citação que me foi feita por CPaixaoCosta em Impressões.

o debate sobre esses poderes escondidos tem de ser feito

Li na edição on-line do Diário de Notícias o espantoso repto de Paulo Baldaia:

O debate sobre esses poderes escondidos tem de ser feito. Advogados, juízes, médicos, farmacêuticos, empreiteiros e outros que se cuidem. Podemos estar perante um primeiro-ministro que quer governar contra os interesses corporativos a favor do interesse geral. Sócrates pode não ser engraçado, mas começa em estado de graça.

Então e o lóbi dos jornalistas? Há lóbi maior que aquele que decide com a arbitariedade a que a comodidade do assento permite quem deve dirigir os destinos do País, elevando hoje uns e derrubando amanhã outros? Talvez no dia em que o agora empossado perca o estado de graça se lhe ache a graça de o ver apupado por esse lóbi maior que são os jornalistas.

Seja feita todavia a salva-guarda a todos os jornalistas não-paulo-baldaia. Que felizmente ainda os há.

a prudência do pcp

Ainda sobre a questão da venda dos MNSRM noutros locais que não a Farmácia, registo com manifesto agrado a prudência manifestada pelo PCP, pela voz do seu Secretário-Geral, relativamente a esta matéria:

O PCP acolheu a medida com reserva. Jerónimo de Sousa disse que "há que procurar soluções prudentes". Porém, lamentou que "os problemas do Serviço Nacional de Saúde, a privatização dos hospitais, tão falados na campanha, fiquem agora esquecidos".

É mais uma prova do radicalismo tolo a que o PS nos obriga.

ainda há gente séria

Entre tanto disparate dito na sequência da espantosa medida estruturante avançada pelo Primeiro Ministro na tomada de posse, garantindo que através dela todos os males e maleitas deste e de outros tempos se vencerão, achei enfim uma opinião sensata no DN:

Uma opinião partilhada por Beja Santos, especialista na área do consumo, que, ao DN, considerou as palavras de Sócrates como um indício de que "um dos principais financiadores da campanha do PS foram os hipermercados". Para este especialista, esta abertura pode colocar em causa a saúde pública. "A venda de medicamentos fora de um espaço vigiado por técnicos vai criar uma nova calamidade de saúde pública com as asneiras que se cometem na auto-medicação", prognosticou.

Fico descansado com a garantia de que ainda há gente séria.



sábado, março 12, 2005

palavra-puxa-falsa-palavra

Uma palavra apenas para corrigir aquilo falaciosamente foi dito a propósito da disponibilização de MNSRM em locais que não nas Farmácias no fantástico blog do Sr. Ministro Mário Lino, pelo colaborador Joao Abel de Freitas:

1) A alusão ao "equilíbrio das finanças públicas" demonstra um profunda ignorância sobre este assunto, na medida em que o preço destes medicamentos, mesmo não requerendo receita médica, é exclusivamente dependente da decisão do Estado, não estando pois sujeitos às leis de mercado.

2) Outra correcção: não há medicamentos banais. Todos são medicamentos, com toxicidade e efeitos adversos associados. O facto de não requerem receita médica apenas nos diz que o sua indicação não depende de um diagnóstico médico; em todo o caso são de indicação exclusivamente farmacêutica e não outra. Lembro a este propósito que os medicamentos que aqui apelidam de "banais" podem, se tomados por doentes asmáticos, precipitar crises graves de asma; outro caso é o famigerado paracetamol e os casos de morte por insuficiência hepática ocorridos em Inglaterra na sequência do seu uso indevido.

3) O alegado funcionamento inadequado a que alude foi avaliado pela população portuguesa em 2002, em 80% dos casos, em Bom ou Muito Bom.

4) A que se refere no "põe e dispõe" das Farmácias, quando toda a actividade Farmacêutica está devidamente regulamentada e apretadamente fiscalizadas pela Ordem e pelo Ministério da Saúde por vida do INFARMED.

5) Um última nota para o Post deixado pelo Sr. Anónimo (cheio de coragem): onde está a agressividade do comunicado da ANF? Terá porventura tido oportunidade de o ler? Aqui deixo a morada para melhor documentação: www.anf.pt

sexta-feira, março 11, 2005

11.03.2004



Spain (S. Dali)

quinta-feira, março 10, 2005

cátedra

Cátedra (do gr. kathédra, «assento», pelo lat. cathèdra-, «cadeira») designa entre outros o terrível apego ao poder selectivo e electivo de que o Sr. Bastonário da Ordem dos Médicos fez hoje voto absoluto na TSF.

Em resposta ao apelo do Sr. Presidente da República para o incremento da prescrição de medicamentos genéricos, com base na óbvia alegação de que está mais que outros em causa o interesse nacional (pelo impacto que os custos com medicamentos têm sobre o PIB e sobretudo sobre o PIF, produto interno familiar) o Dr. Pedro Nunes trouxe a lume o verdadeiro motivo das reticências impostas àqueles medicamentos: a sua cátedra.

Numa terrível prova de ignorância e de mau serviço público (que é, lembre-se, o propósito primeiro da actividade de qualquer Ordem) o Sr. BOM (Bastonário da Ordem dos Médicos), achando-se óptimo, afirmou, à laia de soldado ferido, que os ainda baixos níveis de prescrição de medicamentos genéricos se prendiam com o facto da prescrição poder ser alterada noutra sede que não nesse lugar eleito onde se pode subjugar um doente ao capricho médico. Mas deixe-me lembrar-lhe que está na caneta sábia de qualquer médico a possibilidade de prescrição de um medicamento genérico particular (apelidado por uma marca que entenda ser mais "credível", sendo que a única credibilidade dos genéricos se mede em biodisponibilidade e bioequivalência e não em milhas e aquelas são padronizadas e fiscalizadas); basta que para isso faça acompanhar a designação da DCI e da respectiva marca de uma simples cruz onde na receita se diz: não aceito a substituição.

Se o préstimo público das Ordens é amiúde posto em confronto com o interesse geral da classe a que se afectam essas Ordens, cabe exactamente aos seus bastonários selar em terreiro pela razão pública e não defender infantilmente uma cátedra que é, antes de mais, de todos nós: a saúde.

Pena é que o mandato deste Bastonário tenha ainda agora começado.

quarta-feira, março 09, 2005

introspecção



Raphaelesque Head Exploding (S.Dali)

obrigado

Devo um agradecimento público a underfire pela sua citação no expresso on-line.

segunda-feira, março 07, 2005

caríssimo

Caro Filipe Castro, registo com apresso a atenção que lhe mereci no seu blog Oeste Bravio, pelo que aqui lhe retribuo a amabilidade. Queria em primeiro lugar parabenizá-lo pelo modo eloquente como expôs as suas ideias, que de uma forma transparente evidenciam as varas verdes em que se assenta e que o fazem quedar-se numa confrangedora falta de lógica - mas nisso concordo consigo: são urgentes lições de lógica (nalguns casos porventura desde o infantário).

Mas passemos à refuta. O seu argumento de que a afirmação que a economia dinarmaquesa é a mais saudável do mundo só é comparável a afirmar que o queijo da serra é também o melhor do mundo, leva-me a recomendá-lo a estar mais atento às conclusões dos relatórios da OCDE sobre a economia mundial e também a provar queijo da serra. Terá dois contentamentos: poderá rever o seu posicionamento argumentativo, evitando as suas asneiras diariamente reiteradas, e poderá proveitar o deleite de um sabor único. Acresce que se de facto a consequência de um governo de direita são os malévolos efeitos a que o meu leitor alude, então os dinarmaqueses padecem de facto de uma enorme falta de clarividência e terão muito a aprender com os portugueses - que de resto mostraram a sua mais profunda inteligência ao permitirem o retorno da gentalha-dos-comes-e-bebes-à-sombra-dos-fundos-europeus ao governo de Portugal.

Para terminar, duas notas de resumo. Recomendo-lhe que ajude a OCDE na produção dos seus relatórios, pois a fazer fé nas suas palavras haverá para lá muita gente a precisar de ser substituída. Mais, aconselho-o a comer com mais frequência queijo da serra - para preencher no abdómen o ar que lhe sobra no cérebro.